A RESPONSABILIDADE DO PLANO DE GOVERNO: DO DISCURSO À AÇÃO EFETIVA

A responsabilidade do plano de governo estabelecido no ato da eleição é um tema de extrema relevância para a sociedade. Infelizmente, é comum vermos candidatos eleitos que não colocam em prática o que foi apresentado durante o período eleitoral. O plano de governo muitas vezes se torna apenas um documento de proforma, utilizado para agradar os eleitores durante a campanha, mas rapidamente esquecido após a vitória.

Essa falta de compromisso com as metas estabelecidas durante a campanha eleitoral é preocupante. Muitos políticos estão mais interessados em garantir sua reeleição do que em cumprir o plano estratégico a longo prazo e honrar as promessas feitas ao povo. É fundamental que a sociedade compreenda que as promessas devem ser cumpridas, principalmente quando se trata de áreas como cultura, esporte, lazer, igualdade racial e governança.

Os setores de cultura, esporte e lazer são essenciais para o desenvolvimento social e o bem-estar da população, principalmente dos jovens. A igualdade racial é uma pauta importante, que demanda ações efetivas para combater o racismo e promover a inclusão. Além disso, a governança e a transparência na administração pública são fundamentais para garantir uma gestão eficiente e comprometida com os interesses coletivos.

Para mudar essa realidade, é necessário que a sociedade se mobilize e comece a cobrar dos políticos e candidatos uma postura comprometida com o cumprimento das propostas feitas durante a campanha eleitoral. As promessas não devem ser apenas palavras vazias, mas sim compromissos assumidos publicamente, com prazos e metas claras.

Estudos acadêmicos e análises de casos específicos têm abordado a questão do cumprimento das promessas feitas durante a campanha eleitoral. Por exemplo, uma pesquisa realizada pelo Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) analisou o cumprimento das promessas de candidatos a prefeito em três eleições municipais no Brasil. Os resultados mostraram que, em média, apenas cerca de 35% das promessas foram cumpridas pelos prefeitos eleitos.

Uma alternativa seria buscar uma proposta de lei ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para tornar obrigatório o cumprimento do plano de governo. Dessa forma, os candidatos seriam responsabilizados legalmente pelo não cumprimento de suas promessas. Além disso, é importante que a sociedade exerça seu papel fiscalizador e acompanhe de perto as ações dos políticos eleitos, cobrando transparência e prestação de contas.

A participação ativa da população é fundamental para fortalecer a democracia e garantir que os eleitos sejam verdadeiramente representantes dos interesses do povo. A sociedade precisa se envolver, cobrar e se manter vigilante ao longo do mandato, para garantir que as propostas não fiquem engavetadas por quatro anos.

Em suma, a responsabilidade do plano de governo estabelecido no ato da eleição é uma questão crucial para o funcionamento saudável da democracia. É necessário que a sociedade esteja engajada, cobrando e fiscalizando os políticos eleitos, para garantir que as promessas se tornem ações concretas em benefício da população. A transparência, a participação cidadã e a responsabilização dos gestores públicos são pilares essenciais para uma administração eficiente e comprometida com o bem-estar coletivo.

GERSON MOURA – COLUNISTA POLÍTICO / REPRODUÇÂO G7 NOTÍCIAS

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